quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

A ligação de Roberto Marinho e da Globo com o bicheiro Aniz Abraão, da Beija Flor, vem de outros carnavais

Roberto Marinho
Esta matéria, de fevereiro de 2015, está sendo republicada
DO DCM - O deputado estadual Paulo Ramos apresentou na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, em fevereiro de 2015, um projeto de lei com chance zero de aprovação, mas que deveria provocar algum tipo de debate na sociedade. Ele quer que as empresas de comunicação que recebem verbas públicas, na forma de publicidade, sejam obrigadas a divulgar no diário oficial do Estado os nomes e os salários de seus funcionários.
“Saiu no jornal a notícia de que o William Bonner ganha mais de um milhão de reais por mês. Isso não é salário, parece lavagem de dinheiro. Onde já se viu um jornalista ganhar tudo isso? De onde sai recurso para pagar salário nesse patamar? Uma parte a gente sabe, é da verba de publicidade do governo”, diz. Paulo Ramos sustenta o argumento de que salários milionários deixam de ser assunto privado quando quem paga essa quantia é uma empresa que recebe verba pública, e é acusada de sonegar impostos, como é o caso da Globo.
A origem desses privilégios é anterior a 1964, quando houve o golpe militar e a hegemonia da rede de televisão se consolidou. Um dos livros de cabeceira de Ramos é “A História Secreta da Globo”, do professor Daniel Herz, já falecido. “Abertura de empresa em paraíso fiscal e sonegação são parte do modus operandi da Globo há muito tempo”, afirma Ramos.
Herz procurou nos arquivos do Congresso Nacional as atas de uma CPI de 1965, que investigou a sociedade da Globo com o Grupo Time Life, dos Estados Unidos, num tempo em que a lei proibia o investimento estrangeiro nas empresas de comunicação. Encontrou um interessante depoimento do ex-governador do Rio, Carlos Lacerda, que era dono de um jornal e se batia contra esse investimento estrangeiro, que colocava a Globo em condições muito superiores na concorrência com outras emissoras de TV.
Insuspeito no tema, Lacerda mostrou na CPI um editorial do jornal O Globo, publicado em 7 de janeiro de 1963, que chamava o presidente João Goulart de estadista. Para Lacerda, um editorial estranhíssimo, “quando o presidente João Goulart parecia o anticristo” para Roberto Marinho. Lacerda encontrou na Caixa Econômica Federal a razão do editorial: um empréstimo milionário, a juros baixos, liberado 24 horas antes.
Logo depois, lembra Lacerda, O Globo voltou à posição antiga e, denunciando corrupção e um suposto envolvimento do produtor rural João Goulart com o comunismo soviético, apoiou o Golpe de 64. Aliados de Roberto Marinho – inclusive o próprio advogado, Luiz Gonzaga do Nascimento Silva – integraram o ministério do primeiro governo militar.
Em 1968, contra pareceres técnicos e o relatório da CPI, que recomendava a cassação da Globo, a emissora de Roberto Marinho recebeu o registro definitivo de sua concessão, que vem sendo renovada até hoje.
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“O que aconteceu no passado é um alerta para gente do governo Dilma que acha que pode haver algum tipo de aliança com a TV Globo. João Goulart era estadista um dia, e comunista no outro”, diz Paulo Ramos.
Na ditadura militar, segundo o livro de cabeceira de Paulo Ramos, a Globo consolidou seu poder, mas na Nova República, com Tancredo Neves, Roberto Marinho ampliou seu raio de ação, ao nomear o próprio ministro das Comunicações, Antônio Carlos Magalhães, decisivo num episódio de disputa comercial.
Marinho queria o controle da NEC, a empresa que vendia equipamentos para o sistema de telecomunicações brasileiro, a antiga Telebrás, mas o dono, um empresário duro na queda, não queria vender.
Por decisão de Antônio Carlos Magalhães, a Telebrás deixou de comprar equipamentos da NEC e asfixiou a empresa. Ao mesmo tempo os veículos da Globo – jornal, rádio e TV – moviam uma campanha de notícias negativas contra o empresário que se opunha a Roberto Marinho na disputa pelo controle da NEC.
O empresário chegou a ter sua prisão preventiva decretada antes de receber em sua casa, no bairro do Morumbi, em São Paulo, um emissário da Globo, para assinar o termo de rendição: o contrato em que vendia por 1 milhão de dólares o controle da NEC. Pouco tempo depois, quando, por decisão de Antônio Carlos Magalhães, o governo voltou a comprar produtos da empresa, a NEC já valia mais de 350 milhões de dólares, em dinheiro da época.
Dois fatos relevantes: o emissário de Roberto Marinho nesse encontro no Morumbi era o filho do então ministro do Exército, Leônidas Pires Gonçalves, funcionário da Globo, e a família de Antônio Carlos Magalhães recebeu, alguns meses depois, o contrato de afiliada da rede no Estado da Bahia. O empresário batido no caso da NEC, Mário Garnero, recuperou poder e prestígio, recolocando o grupo Brasilinvest num patamar de destaque, mas amigos dizem que ele ainda tem a Globo entalada na garganta.
Hoje com 70 anos de idade e filiado ao PSOL, Paulo Ramos não esquece a cena. Era 1981. Alguns jornalistas que ele conhecia no jornal O Globo conseguiram marcar uma audiência com Roberto Marinho. Paulo Ramos chegou no horário, mas teve de esperar na antessala muito tempo – ele não se lembra quanto, mas sabe que foi muito.
Depois do chá de cadeira, Roberto Marinho o recebeu. De pé. Perguntou o que ele queria. Paulo Ramos disse que um amigo era vítima de uma campanha que ele considerava caluniosa promovida pelos veículos das Organizações Globo e ele queria o direito de resposta. “Roberto Marinho me ouviu, não disse nada e quando perguntei se ele teria a oportunidade de dar entrevista, afirmou: ‘O senhor verá a minha resposta pelo jornal’”.
O massacre continuou e o amigo, acusado de ser mandante de um crime, não teve o direito de resposta. Acabou condenado a 21 anos de prisão. “Foi uma injustiça, um linchamento”, diz Paulo Ramos, que era major da Polícia Militar e tinha trabalhado no setor de relações públicas da corporação.


O prédio à esquerda é onde ficava a cobertura de Roberto Marinho
O prédio à esquerda é onde ficava a cobertura de Roberto Marinho, vendida ao bicheiro da Beija Flor

Embora vestisse farda numa época de ditadura militar, era um peixe fora d’água. Presidente do Clube dos Oficiais, liderava campanhas por melhores salários do funcionalismo e, politicamente, era alinhado ao grupo dos chamados autênticos do PMDB. Cinco anos depois se elegeu deputado federal e recebeu nota 10 do DIAP, órgão do Dieese, por sua defesa dos direitos dos trabalhadores.
Na Câmara dos Deputados, Paulo Ramos se tornou também uma pedra no caminho da Globo, o que lhe valeu a aproximação com o governador Leonel Brizola. Conseguiu aprovar duas CPIs – uma da NEC e outra da Fundação Roberto Marinho – e usou a tribuna para denunciar o que ele considera crimes da Globo, incluindo remessa ilegal de dólares ao exterior, sonegação fiscal, empréstimo de bancos públicos a juros irrisórios e construções ilegais.
Nunca teve espaço na imprensa, mas ainda assim continuou se reelegendo. Seu sonho é que o amigo condenado seja reabilitado. Trata-se do capitão Levy de Araújo Rocha, que foi comandante de uma companhia da PM em Petrópolis e lá combateu o tráfico de drogas. Deixou uma boa impressão e foi transferido para Copacabana.
Lá, em dezembro de 1980, um ex-cabo do Exército, Júlio, foi assassinado. Os homens que cometeram o crime acusaram Levy de ser o mandante, mas Paulo Ramos, que conhecia o capitão, nunca acreditou. Duas semanas depois, um amigo do cabo Júlio, que estava com ele no momento do crime e conseguiu fugir, foi sequestrado na praia de Piratininga, em Niterói.
Ironia do destino, esse amigo do cabo Júlio estava na companhia do filho do jornalista Luiz Jatobá, famoso por ser um dos primeiros locutores do Repórter Esso. O amigo do cabo Júlio e o filho do jornalista estão desaparecidos até hoje, e os corpos nunca foram encontrados, mas não há mais dúvida sobre o mandante do sequestro: o bicheiro Aniz Abraão David, o Anísio de Nilópolis, dono da escola de samba Beija-Flor.
Se mandou sequestrar a testemunha do assassinato, não teria Anísio sido também o mandante do crime em Copacabana? Faz sentido. Nesse caso, a condenação do capitão amigo do deputado Paulo Ramos teria sido uma injustiça, resultado de uma campanha difamatória dos veículos da Globo.
Nas voltas que o mundo dá, Aniz Abraão foi preso em 2007, quando estava em sua cobertura tríplex no edifício de número 2.072 da avenida Atlântica, por envolvimento em vários crimes, mas não pelo assassinato, nunca mais investigado. A prisão dele tem a ver com jogo do bicho, contrabando e lavagem de dinheiro.  A televisão mostrou a operação policial para prender Anísio. São impressionantes as imagens de policiais descendo de helicóptero na cobertura do bicheiro, exibida pela televisão.
A Rede Globo fez a reportagem, mas nada disse sobre o antigo proprietário do apartamento, Roberto Marinho. Antes da venda do imóvel para Anísio, com escritura pública, Roberto Marinho costumava reunir ali a alta sociedade carioca para festas de Reveillon.
Neste prédio, mora ainda a autora de novela Glória Perez e o apartamento do primeiro andar estava em nome de Elisa, ex-mulher de Anísio, também assassinada, depois de escrever uma carta em que acusava o ex-marido de ter sequestrado Misaque e o filho do jornalista Jatobá.
Com 9 milhões de habitantes, o  Rio de Janeiro é a segunda maior cidade do Brasil e uma das maiores do mundo. Mas, vizinho ao prédio onde Roberto Marinho dava sua festa de fim de ano e Anísio da Beija Flor viria a comprar, se localiza o apartamento onde mora Cristina Maris Meinick Ribeiro, a funcionária da Receita Federal que, em janeiro de 2007, veio a retirar o processo em que a Globo era acusada de sonegação milionária na aquisição dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002, utilizando um esquema que envolve uma empresa no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas.
Mundo pequeno.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Temer quer cortar as aposentadorias, mas aumenta 63% verbas públicas para Globo em 2017

O banco de dados da Secom revela ainda que a Lide, revista de Doria, recebeu do governo federal R$ 61.718 em junho de 2017 e em julho, mais R$ 42.594
Roberto Marinho reunido com os filhos. Foto: Divulgação Temer quer cortar as aposentadorias, mas aumenta 63% verbas públicas para Globo  em 2017
– João Doria também ganhou presentinhos do governo federal (ver ao final do post).
A grande imprensa golpista, como todos já sabem, esqueceu completamente de monitorar os gastos federais com publicidade. Durante a era Lula, a mesma imprensa passava o pente fino, todos os meses, na publicidade federal, caçando investimentos na mídia alternativa.
Cabia à Folha, em particular, este triste papel, sempre tentando produzir sensacionalismo com as migalhas que o então governo, acuado pela própria mídia, investia em alguns veículos “não-alinhados” à narrativa golpista. Chegava a ser quase engraçado. Os jornalistas descobriam que os governos Lula e Dilma tinham torrado bilhões de reais na Globo, mas a manchete era sempre para as verbas mixurucas que iam para um grupo reduzido de blogs, desde sempre estigmatizados como “pró-PT” (a mídia tucana jamais chamaria a si mesma de “mídia anti-PT”, ou mídia pró-PSDB”).
Assim que houve o golpe, a primeira medida do governo Temer foi cancelar qualquer verba de publicidade destinada à mídia alternativa. A ilegalidade não incomodou os cavalheiros do STF, nem o Ministério Público, até porque cabe a mídia alternativa o papel de fazer a crítica à meganhagem entranhada nas instituições do sistema de justiça.
Folha, Globo e Estadão publicavam e republicavam a decisão de Temer de criar uma “lista negra”: a partir de então, somente os grandes veículos passaram a receber recursos federais.
Uma pesquisa feita hoje pelo Cafezinho junto ao banco de dados da Secom, cujos dados são abertos, verificou que somente os gastos publicitários da presidência da república e dos ministérios, na Globo, sem considerar a publicidade das estatais, que permanece em sigilo, totalizaram R$ 52 milhões em 2017, um aumento de 63% sobre o ano anterior, e de 77% sobre 2015.
Os valores são líquidos, ou seja, já descontados os tributos.
Segundo especialistas ouvidos pelo blog, quando os recursos das estatais forem computados, esses números devem se multiplicar por quatro ou cinco.
Conforme anunciado oficialmente ao final do ano passado, o governo Temer decidiu cortar investimentos em áreas essenciais da saúde pública. As despesas com saneamento básico, por exemplo, deverão sofrer um corte extremamente brutal, passando de R$ 1,4 bilhão em 2017 para R$ 16,5 milhões (sic) em 2018.
Os recursos repassados às universidades, para pesquisa e tecnologia, para saúde, educação, infra-estrutura, estão sofrente cortes radicais no governo Temer.
Em se tratando da Globo, porém, dinheiro não falta.
PS: O banco de dados da Secom revela ainda que a Lide, revista de João Doria, prefeito de São Paulo, ganhou dois presentes generosos do governo federal: em junho de 2017, foram pagos R$ 61.718; em julho, mais R$ 42.594. Ambos são valores líquidos, já descontados os impostos. Esses valores correspondem exclusivamente aos gastos da presidência da república e ministérios. Não contabilizam as estatais. De maneira que, se as estatais forem contabilizadas, essas despesas podem se multiplicar por quatro ou cinco.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

VÍDEO: senhora invade transmissão da GloboNews sobre intervenção e fala “Globo Lixo” e “Fora Temer”

Uma senhora se manifestou neste domingo (18) durante um link ao vivo da GloboNews. A repórter que abordou a pauta da intervenção militar no estado foi interrompida por uma mulher gritando “Globo Lixo” e “Fora Temer”. O protesto ocorreu na Praia do Arpoador, no Rio de Janeiro.
A jornalista chega a pedir “licença” e “um minutinho” para fazer o seu ao vivo, mas a mulher não perdoa e diz “não tem um minutinho, não”

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

“Ação social”com dinheiro público: R$ 20.000.000,00 da Lei Rouanet para Huck




“Ação social”com dinheiro público: R$ 20 milhões da Lei Rouanet para Luciano Huck(O Novo de FHC)

Do Tijolaço
Os nossos neoliberais gostam de um “projeto social” para seu automarketing, mas detestam por a mão no bolso.
Adoram por a mão no bolso do Estado, isso sim.
O Instituto Criar, pertencente a Luciano Huck, obteve, pela Lei Rouanet, R$ 19,5 milhões de doações convertidas em abatimento no imposto a pagar de grandes empresas – como o Itaú, a Microsoft, Casas Bahia, Ponto Frio, Volkswagen e outras -, um valor que deve chegar a R$ 21 milhões das captações em curso, este ano.
De novo, não é uma acusação de ilegalidade, pois não tenho como verificar o que se faz com o dinheiro, mas é justo que, sendo Luciano candidato e mostrando seu “projeto social”, as pessoas saibam que o “ajudar as pessoas” do bom moço é feito com dinheiro público, não com o privado.
Como o jatinho que a  própria assessoria do apresentador diz que serve para trazê-lo ao Rio de Janeiro, duas vezes por semana, para gravar na Globo, comprado com crédito subsidiado do BNDES.
Como, segundo diz o projeto, seriam 150 jovens atendidos, o custo, em impostos, per capita, é de R$ 23.300, enquanto o custo dos alunos de escolas públicas, garantido pelo MEC, era de R$ 2.875,03 em 2017.
Será que veremos os meninos do MBL gritando contra a Lei Rouanet do Huck, como fazem com a de exposições, peças de teatro e filmes?
Será que os nossos grandes jornais vão se interessar por isso como se interessariam se o “projeto social” fosse de um candidato de esquerda?
Aí está, de imagem sem edição, o resultado que se pode encontrar no site no Ministério da Cultura.
E é só desta, porque vai demorar a verificar todas as empresas da família Huck, diretamente ou através de propriedade cruzada, quando cada empresa é feita para controlar outras sem que se possa reconhecer diretamente o real proprietário.
Aguarda-se a manifestação de Kim Kataguiri contra Huck.



segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Paraíso da Tuiuti constrange a Globo e os "midiotas"


Vampirão.jpg Temer  Ladrão presidente chupou o sangue do Carnaval (Créditos: Marcos Serra Lima/G1)
Ladrão presidente chupou o sangue do Carnaval (Créditos: Marcos Serra Lima/G1)
Por Mauricio Stycer, no UOL:

Desfile recheado de críticas à política constrange narradores da Globo


A Paraíso da Tuiuti passou pelo Sambódromo, neste domingo (11), com um desfile de forte crítica social e política. O tema principal, expresso no título do samba, “Meu Deus, Meu Deus, Está Extinta a Escravidão?”, era a ideia de que a exploração dos escravos prossegue, de outras formas, nos dias atuais.

Na parte final do desfile, um carro trazia, no alto, um homem com a faixa presidencial, intitulado “vampiro neoliberalista” – uma alusão crítica ao presidente Michel Temer. Uma ala, chamada “Manifestoches”, com passistas fantasiados de patos, sugeria que manifestantes foram fantoches em protestos políticos. Outra ala lembrava do trabalho informal, numa referência explícita à reforma trabalhista.

Do camarote da Globo, onde narrava o desfile, Fátima Bernardes, Alex Escobar e Milton Cunha reagiram com comedimento ao surpreendente protesto, como se estivessem constrangidos. (...) O constrangimento se repetiu diante da crítica ao presidente. “O vampirão”, disse Milton. Alex Escobar apenas riu. E Fátima observou: “É o regime de exploração nos mais diversos níveis”. Um pouco depois, Escobar disse o que todos viam: “Tá com a faixa de presidente esse vampiro”.

(...) Encerrado o desfile, o camarote da Globo recebeu vários participantes do desfile da Tuiuti – mas nem o vampiro, nem os “manifestoches” foram assunto das entrevistas.
Vejam o Desfile na Integra


Desfile recheado de críticas à política constrange narradores da Globo
Reprodução: Rede Globo
Panaleiros manipulados pela Globo
Reprodução: Rede Globo
DO COnversaafiada

sábado, 10 de fevereiro de 2018

TIJOLAÇO: EMPRESA DE LUCIANO HUCK PEGOU R$ 17.710.000,00 NO BNDES PARA COMPRAR SEU JATINHO, GLOBO NEM TOCA NO ASSUNTO

"O empresário e apresentador de TV Luciano Huck recebeu, do BNDES, um empréstimo de R$ 17,71 milhões para comprar o jatinho Phenom 505, , prefixo PP-HUC, que usa em seus deslocamentos. O crédito, tomado pela Brisair Servicos Técnicos Aeronáuticos Ltda, empresa pertencente a ele e à mulher, Angélica, foi obtido pela linha do Finame (financiamentos a máquinas e equipamentos), a juros de 3% ao ano", revela o jornalista Fernando Brito


TIJOLAÇO: EMPRESA DE HUCK PEGOU R$ 17,7 MI NO BNDES PARA COMPRAR SEU JATINHO

Por Fernando Brito, do Tijolaço via 247- O empresário e apresentador de TV Luciano Huck recebeu, do BNDES, um empréstimo de R$ 17,71 milhões para comprar o jatinho Phenom 505, , prefixo PP-HUC, que usa em seus deslocamentos. O crédito, tomado pela Brisair Servicos Técnicos Aeronáuticos Ltda, empresa pertencente a ele e à mulher, Angélica, foi obtido pela linha do Finame (financiamentos a máquinas e equipamentos), a juros de 3% ao ano, 5 meses de carência e outros 114 meses para pagamento, funcionando o Itaú como operador do financiamento.
O documento do BNDES está aqui e pode ser obtido por qualquer um na página de consultas do Banco.
A Brisair, que funciona em parte de uma sala na Barra da Tijuca, no seu registro na Receita Federal, consta como tendo atividades de“ consultoria em gestão empresarial, exceto consultoria técnica específica” e, secundariamente, “administração de caixas escolares” e “atividades de apoio à educação, exceto caixas escolares “.
Seus sócios, como também está nos dados da Receita, são Luciano Huck e Angélica Kysivikis Huck.
A imagem do avião, aí de cima, foi tomada pelo fotógrafo e entusiasta de aviação Bruno Ramm, logo após pousar, em 15 de junho de 2016, no Aeroporto de Canela (RS), vindo do Rio de Janeiro. O documento que lhe atesta a propriedade está no Registro Aeronáutico Brasileiro.
Espero que Luciano não reaja como fez em 2005, quando mandou uma carta agressiva para a Revista Contigo, de fofocas de “celebridades” desmentindo o que ela publicara: que ele havia comprado um helicóptero de R$ 1 milhão de reais, na época, e escolhido prefixo PR-KIM para homenagear o filho.
Queixou-se em termos duros da revista, a quem acusou de publicar “informação infundada, sem critérios jornalísticos de apuração e publicada de forma não responsável e que pode, de alguma forma, prejudicar a paz e tranqüilidade que eu e minha esposa esperamos poder construir e proporcionar para nosso filho. Nós esperamos que ele tenha uma infância normal e feliz.
Ele mesmo admitia, porém,  que o helicóptero era da Brisair e que era um dos sócios da empresa. A informação, portanto, não tinha nada de infundado.
E tanto era assim que, partindo dela, resolvi procurar aeronaves com prefixo HUC e…bingo!
Pega pela vaidade pueril, a compra com financiamento subsidiado, desmonta o discurso do “é meu porque comprei com o meu dinheiro”. Não, foi com o nosso, a juros subsidiados. Se eu quiser comprar um carro popular, vou pagar 25% ao ano. Huck, nos mesmos 12 meses, paga 3% com sua empresa que nem mesmo tem a atividade de táxi aéreo no registro. Se ele a aluga, deve ter as notas fiscais, pois não? Duvido.
Alguém que “estuda” ser Presidente da República tem de dizer o que acha disso. Não vale, como os juízes fizeram com o  auxílio-moradia, apenas dizer que ‘é legal” e se “estão dando, eu pego”. Não se está chamando de ilegal, mas de imoral.
E, por favor: nada de alegar “informações infundadas’, ok? Os documentos estão linkados, são públicos e oficiais.